Archive for novembro, 2009

Yaakov Avínu

Em Parashat Vayetsê está relatado como um único judeu (Yaakov, nosso patriarca) foi a um país estranho. Ao chegar lá, nada possuía, pensou que teria bens, e no final deu-se conta de que nada tinha. “Pois com meu cajado atravessei o Jordão.” Apesar disso, foi com o coração leve e com confiança. Pois confiou em D-us.

Ao chegar a Charan percebeu que não tinha em quem se apoiar, nem mesmo nos parentes. Até seu tio, Lavan, enganou-o mas, a confiança em D-us não deixou de ter, que D-us nos livre.

Por isso, embora tenha investido muitos anos e muito esforço – “De dia consumia-me o calor e a geada de noite” –após trabalhar confiando em D-us, acabou levando muitos bens, uma grande riqueza, e o que é principal – seu leito foi perfeito: todos os seus descendentes foram dignos, íntegros.

Avraham teve um filho bom – Yitschak, mas teve outro filho também: Yishmael. Yitschak teve um filho bom – Yaakov, mas teve outro filho também: Essav. Embora ambos – Avraham e Yitschak – tenham criado seus filhos em Êrets Yisrael, e não no exílio, pôde ocorrer de ter filhos como Yishmael e Essav. Yaakov, porém, estava com seus filhos no exílio, sem ter em quem se apoiar, e de acordo com suas palavras: “De onde virá minha ajuda?” – “falou Yisrael”. Yisrael é nosso patriarca Yaakov.

Trabalhou duro e ao mesmo tempo precisava cuidar para que as crianças, os filhos e filhas – doze filhos entre uma população completa de estrangeiros – não assimilassem o modo de vida de Charan. Ao contrário, absorveram a Torá que seu pai, de mais de cem anos, recebera de seus pais e avós, Shem e Êver, e a levou ao novo país, do outro lado do Yarden (Jordão). E Yaakov conseguiu tudo. Justamente desta maneira chegou a “e fortaleceu-se o homem mais e mais”, ficou muito rico, literalmente, em termos materiais, e tal riqueza era muito bem sucedida, mesmo. Lá teve uma riqueza maior ainda – seu leito foi perfeito. Tirou do exílio todos os seus filhos e filhas, íntegros.

(Traduzido de “Likutê Sichot”, Vol. I, pág. 55)

Reimpresso com permissão do “Likrat Shabat on line”

da Yeshivá Tomchei Tmimim.

 

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Mãos Firmes

BS’D

Um judeu idoso apareceu no Beit Chabad do Aeroporto Ben Gurion, em Israel. Foi até o balcão e, quando lhe perguntaram se queria um café, respondeu que aceitaria, desde que o copo estivesse cheio até a borda.

Os chassidim que estavam atrás do balcão concordaram com seu pedido e encheram o copo a ponto de que o menor tremor o faria derramar. E, para espanto de todos, o idoso levantou o copo e, sem derramar uma gota sequer, bebeu.

Ao terminar, o homem sorriu orgulhoso e disse: “Fiz isso para lhes mostrar como seu Rebe é espetacular!” E explicou:

“Anos atrás, eu era o rabino de uma grande sinagoga de Nova York. Tínhamos um minyan diário, aulas, um departamento feminino, bem como um mikvê para as senhoras. Mas como em muitos shuls, os velhos morreram ou se mudaram. A diretoria começou a insinuar que queria fechar a sinagoga, mas eu não concordava.

Ainda havia pessoas que freqüentavam o shul regularmente para rezar e para as aulas e, além disso, as mulheres ainda usavam o mikvê. Certo dia, a mulher que cuidava do mikvê contou-me que quase toda noite o Rebe de Lubatich lhe telefonava perguntando como ela estava e a encorajava em seu trabalho.

“Isso continuou durante vários meses até certa noite, quando eu estava no meio de uma aula de Talmud, no shul. A mulher que cuidava do mikvê entrou de supetão na sala e gritou, quase histérica, que alguém tinha trancado a porta do mikvê com um cadeado bem grande!

“Cheguei à conclusão que devia ter sido a diretoria, na tentativa de desencorajar as mulheres, mas eu não sabia o que fazer.

“Não sei o que deu em mim, mas corri até meu carro, achei uma ferramenta, corri de volta ao shul e comecei a golpear o cadeado. Cerca de meia hora depois, consegui abrir à força o cadeado e as mulheres puderam entrar.

“No dia seguinte, a atendente do mikvê contou-me que o Rebe lhe telefonara na noite anterior e, quando ela lhe contou o que eu fizera, ele disse: ‘Abençoadas sejam as mãos que romperam aquele cadeado.’

“É isso que eu quis lhes mostrar”, concluiu o rabino. “Hoje tenho mais de 91 anos de idade, e minhas mãos estão firmes graças àquela bênção.”

Por Rabino Tuvia Bolton de www.ohrtmimim.org/Torah

(Traduzido de “L’Chaim Weekly”, www.lchaimweekly.org)

  

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Sem medo de ser feliz

Parashat Chayê Sara expressa a perfeição da vida de Sara, “cem anos e vinte anos e sete anos”, todos igualmente bons. A Parashá, porém, não nos conta todos os atos e ações de Sara durante toda sua vida. Pelo contrário, logo no início da Parashá consta seu falecimento, seu enterro, e outros assuntos que ocorreram depois.

Justamente o falecimento de Sara revela e enfatiza suas atividades durante a vida. Com seu falecimento todos os seus assuntos continuaram, sem interrupção. Mesmo após os 127 anos de sua vida neste mundo, todas as suas atividades continuaram. Deste modo sua grandeza foi mais reconhecida, ainda. Sua influência não foi temporária, apenas enquanto viveu, foi, uma influência contínua e constante, para sempre.

Após o falecimento de Sara, Avraham necessitou comprar um terreno de sepultura para ela, e foi assim que iniciou-se, na pratica, de fato, de forma visível, a conquista de Êrets Yisrael.

Embora a Terra de Israel tivesse sido prometida a Avraham e seus descendentes antes disso, e D-us lhe tivesse ordenado caminhar nela, os povos ainda não tinham reconhecido o fato de que a Terra de Israel nos pertence. Com o falecimento de Sara, quando a Caverna de Machpelá, em Chevron, foi comprada, todos viram que esse lote de terra pertence a Avraham, é sua propriedade e ele é seu dono. Avraham pagou pela caverna o preço total, e a transação ocorreu diante dos olhos de todos. Os povos do mundo também não podem objetar ao fato que Chevron é nossa. Nós a compramos!

Quando se fala com os goyim é preciso enfatizar, repetidamente, que Êrets Yisrael é “uma herança eterna” a um “povo eterno” de um “D-us eterno” de acordo com o que consta na “Torá eterna”. E os povos do mundo também acreditam na Torá. A promessa de D-us na Torá, no Brit Bein Habetarim, iniciou seu cumprimento em Chevron.

 Não nos impressionemos com os poucos, entre os judeus, que ainda temem afirmar abertamente toda a verdade, que Êrets Yisrael nos pertence. Quando tais judeus acrescentarem em Torá e Mitsvot, sua ligação com D-us se fortalecerá e é óbvio que reconhecerão, também, que a Terra de Israel pertence ao povo judeu.

Devemos contar os fatos com toda a veemência, pois assim consta na Torá, e todos acabarão por entender e concordar que é impossível contestar nossa posse dessa terra.

Baseado em Sêfer Hasichot 5748, Vol. I, págs. 85-90.

(Traduzido de Maayan Chai, Vol. VI)

(Reproduzido com permissão do “Likrat Shabat on line”

da Yeshivá Tomchei Tmimim Lubavitch)

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“Escuta a voz de Sara, tua esposa.”

BS’D

Parashat Vayerá menciona um aspecto espiritual, e ao mesmo tempo mundano, do relacionamento de Avraham e Sara.

Nossos Sábios do Talmud ensinam: “Como uma mulher auxilia ao homem? … Se o homem traz trigo, ele consegue mastigá-lo? Se ele traz fibra de linho, consegue vesti-lo? Conseqüentemente, ela traz luz para os olhos dele e o firma sobre os próprios pés!”

A missão que a pessoa tem na vida é elevar e refinar os aspectos materiais do mundo, neles introduzindo conteúdo espiritual. Mas o homem só traz o trigo e a fibra de linho, preocupa-se com a matéria prima, com aspectos gerais. É um tanto afastado da realidade terrena, dos detalhes. É a mulher quem transforma o trigo em alimento e o linho em vestimenta, quem consegue realizar, de modo tangível, nossa missão na vida.

Avraham e Sara. Homem e mulher. Quando Avraham soube que sua esposa, Sara, teria um filho, rezou. Lá do alto de sua santidade imensa, de seu ponto de vista elevado e imparcial, pediu: “Tomara que Yishmael viva diante de Ti!” Esperava que Yishmael continuasse a viver uma vida de temor e dedicação a D-us. Avraham via em Yishmael, futuro patriarca dos povos árabes, o potencial para uma vida de temor a D-us.

Sara, por sua vez, via a realidade. Percebia a influência devastadora de Yishmael em casa, principalmente sobre seu filho, Yitschak. Exigiu que Avraham retirasse de casa a influência prejudicial de Yishmael.

Avraham não conseguia aceitar a idéia de expulsar seu filho mais velho. Embora D-us já tivesse dito a Avraham que cumpriria Seu pacto especificamente através de Yitschak, do ponto de vista de Avraham, paracia que Yishmael deveria ficar em casa. Só em casa Avraham poderia ter esperanças de poder exercer uma influência positiva sobre Yishmael.

Mas D-us disse a Avraham: “Tudo que Sara te disser, escuta sua voz, pois tua descendência virá de Yitschak.” O comentarista Rashi explica que essa declaração indica que o poder de profecia de Sara era superior ao de Avraham. Foi Sara, a mulher como os pés no chão, o alicerce do lar, quem percebeu a influência nefasta.

 

De “A Thought for the Week”, Detroit. Adaptado das obras do Rebe de Lubavitch.

(Traduzido de “L’Chaim Weekly”, www.lchaimweekly.org)

  

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